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O QUE É BRONQUITE CRÔNICA?

A bronquite crônica é uma condição clínica caracterizada por excesso de produção de muco na árvore brônquica, levando a sintomas de expectoração excessiva e tosse crônica ou de repetição por pelo menos três meses ao ano, em dois anos sucessivos.

 

Juntamente com outra doença pulmonar, o enfisema, a bronquite crônica caracteriza a chamada Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (ou DPOC). Isso porque essas duas doenças, embora por diferentes mecanismos, têm como principais fatores etiológicos o hábito de fumar cigarros e a poluição ambiental, levando a uma síndrome pulmonar que se caracteriza por obstrução crônica das vias aéreas inferiores.

 

Após as manifestações clínicas, o paciente com DPOC (bronquite crônica ou enfisema) passa a apresentar uma piora progressiva e irreversível das funções pulmonares, pois, para evitar sua progressão, o diagnóstico teria de ser feito antes de os sintomas clínicos aparecerem.

 

No Brasil, essa doença atinge um grande número de pessoas, de ambos os sexos, principalmente a partir dos 40 anos de idade.

 

QUAL A SUA PRINCIPAL CAUSA?

Sem sombra de dúvida, o hábito de fumar desempenha um papel importantíssimo no desenvolvimento tanto da bronquite crônica quanto do enfisema. Só para termos uma ideia, hoje já se sabe que a incidência de DPOC se eleva de 19,7% em homens que nunca fumaram para 87,7% em fumantes de mais de dois maços de cigarro por dia. Isso significa que os fumantes de mais de dois maços de cigarro/dia têm um risco 4,5 vezes maior de desenvolver DPOC do que os não fumantes. Os fumantes de cachimbo e charuto, por não inalarem a fumaça tão frequentemente quanto os fumantes de cigarros, apresentam uma menor incidência de DPOC. No entanto, continuam apresentando uma incidência maior da doença do que os não fumantes.

 

Outro fator que merece ser levado em consideração no desenvolvimento da DPOC é a poluição atmosférica. Embora não seja responsável diretamente pelo desenvolvimento da DPOC, o aumento da poluição aumenta a incidência dessa doença em indivíduos fumantes. Indivíduos que trabalham em locais onde há fumaça constante ou partículas de substâncias químicas em suspensão também parecem ter maior risco de desenvolver DPOC.

 

Vimos que o tabagismo é um importante fator etiológico para o desenvolvimento da DPOC; no entanto, o que irá determinar se o indivíduo apresentará bronquite crônica ou enfisema será sua predisposição genética. Assim, um tabagista importante poderá desenvolver bronquite crônica ou enfisema dependendo de suas características genéticas, podendo haver, muitas vezes, o aparecimento concomitante das duas patologias.

 

COMO É DIAGNOSTICADA?

O excesso de produção de muco nos pulmões determina o principal traço do bronquítico crônico, que consiste na tosse com expectoração. Essa expectoração pode ser esbranquiçada ou amarelada. Ocorrem também falta de ar e incapacidade para atividades físicas, a exemplo do que ocorre com a asma, em decorrência da obstrução dos brônquios e da presença de infecções frequentes. Nesses pacientes, encontramos também os sibilos (chiados no peito) como manifestação sonora da dificuldade de expiração do ar (também em decorrência da obstrução brônquica). A cianose, ou pele arroxeada, também é muito frequente nesses casos.

 

Assim, quando o médico se depara com um paciente com suspeita clínica de bronquite crônica, ele deve lançar mão de meios diagnósticos para comprovar a existência de bronquite crônica (pura ou associada ao enfisema), bem como avaliar se existem complicações e qual a gravidade do caso. Quanto mais precoce for o diagnóstico, menor será o comprometimento anatômico e funcional da árvore brônquica e, portanto, mais eficaz será o tratamento.

 

Entre os exames que podem ser solicitados pelo médico estão o raio-X de tórax, a broncografia e provas de função pulmonar.

COMO É O SEU TRATAMENTO?

O programa terapêutico do bronquítico crônico é extremamente semelhante ao tratamento do enfisematoso e inclui diversas medidas, desde as de caráter profilático ou geral, até as mais específicas, destinadas à correção das múltiplas alterações. Geralmente, o tratamento é feito em longo prazo, envolvendo a participação de médicos, de pessoal da enfermagem, de fisioterapeutas e de nutricionistas.

  

MEDIDAS GERAIS

    • Todos os fatores que agravam a bronquite crônica devem ser afastados ou combatidos. Nesse aspecto, é vital a supressão do fumo, e todas as medidas para que isso ocorra podem ser tentadas, tais como as gomas de mascar ou o uso dos adesivos, ambos contendo nicotina.

     

    • Evitar as infecções respiratórias também é outra medida que deve ser adotada, em decorrência do fato de as infecções serem uma das causas mais frequentes de piora do quadro respiratório nesses pacientes. Dessa forma, eles devem ser colocados à distância de potenciais fontes de infecção (por exemplo, evitar aglomerados públicos quando houver uma “onda” de gripe) e devem ser tratados imediatamente após o aparecimento dos primeiros sinais de infecção, viral ou bacteriana, em qualquer local do trato respiratório (portanto, essa recomendação também é válida para o aparecimento de sinusites, laringites, faringites, amigdalites etc.).

     

    • Podem ser administradas vacinas contra o vírus da gripe, bem como contra as bactérias que mais frequentemente provocam infecção pulmonar, na tentativa de evitar que o paciente adquira infecções respiratórias.

     

    • É sempre recomendável promover a adequada umidificação do ar inspirado, por meio de vaporizadores ou umidificadores. Além disso, o paciente com bronquite crônica deve estar sempre bem hidratado, não deixando nunca de tomar a quantidade de água recomendada por seu médico. O objetivo dessas duas medidas é conservar as secreções brônquicas as mais liquefeitas possíveis. Dentro da mesma linha de raciocínio, esses pacientes devem ser orientados a evitar aparelhos de ar condicionado, que ressecam o ar ambiente.

     

    • Pacientes que moram em áreas extremamente poluídas devem ser retirados do local, sempre que possível, quando o índice de poluição do ar estiver elevado.

     

    • O uso de tranquilizantes deve ser evitado, porque essas medicações podem provocar uma depressão da respiração em decorrência de sua ação no Sistema Nervoso Central.

     

    • Fisioterapia Respiratória é de grande valor no tratamento da DPOC e consiste em programas de exercícios respiratórios, treinamentos musculares, exercícios de tosse, técnicas para promover uma maior saída das secreções brônquicas, exercícios para coordenar a atividade física com a respiração etc., orientados por um fisioterapeuta e pelo médico do paciente. O objetivo dessa medida é promover uma melhora no “funcionamento” do pulmão.

     

    • Reabilitação Psicológica do paciente com DPOC é importante para que ele faça o tratamento medicamentoso adequadamente. Por ser uma doença muito comum em homens de meia-idade e, de certa forma, limitante, é comum haver depressão associada. Por isso, alguns pacientes acabam achando que o tratamento é pura perda de tempo, não tomam seus remédios e continuam fumando. É claro que isso acaba piorando suas condições clínicas, o paciente se deprime mais e acaba ocorrendo um círculo vicioso. Portanto, um trabalho de psicoterapia dentro das realidades clínicas do paciente é altamente recomendado.

     

    • Suplementação Nutricional: o tratamento do paciente com DPOC deve ser multiprofissional, e a intervenção nutricional deve fazer parte do tratamento a partir o diagnóstico da doença, para prevenir e minimizar os problemas relacionados ao estado nutricional.

 

 

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

 

Broncodilatadores

São utilizados para diminuir o componente de estreitamento dos brônquios que ocorre na bronquite crônica e, com isso, melhorar a capacidade respiratória. Da mesma forma com que ocorre na asma, a via preferencial de administração desses medicamentos também é a via inalatória.

 

Agentes Mucolíticos e Fluidificantes

O objetivo desta terapêutica é diminuir a viscosidade da secreção brônquica e, com isso, evitar que se formem “rolhas” de secreção, que irão obstruir mais ainda os brônquios. Com a diminuição da viscosidade da secreção, haverá melhora da atividade ciliar, do transporte do muco e, consequentemente, redução da obstrução.

 

Corticosteroides

O objetivo de sua utilização, por via inalatória, é diminuir a resposta inflamatória que ocorre na árvore brônquica.

 

Antibióticos

Seu uso encontra-se mais reservado para casos em que há infecção associada.

Referência:

Estratégia Global para o diagnóstico, manejo e prevenção da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (Global Strategy for the diagnosis, management, and prevention of Chronic Obstructive Pulmonary Disease, GOLD, 2017).

 

Este material foi elaborado pelo Departamento Médico-Científico (DMC) da Chiesi Farmacêutica Ltda., sendo de caráter meramente informativo. Lembre-se de que, em qualquer situação, somente seu médico pode prescrever medicamentos e orientá-lo sobre a melhor terapêutica.